29 março 2024

6ª Feira Santa

    «É hora de noa na Terra»



"Por nosso amor, morreu o Senhor
Numa Cruz morreu o Senhor.
Recomendou dar a vida e a vida como irmãos
Em sinal de amor.

 Planearam a sua morte em silêncio,
Assustaram com gritos o povo.
E num lenho pregaram o Seu Corpo
à hora de noa, o Senhor morreu.
O Senhor morreu.

 É hora de noa na Terra,
As sirenes de alarme soaram,
Mas ninguém se dedica a acordar
E o meu irmão chora, e o meu irmão morre;
E o clamor da sua voz não nos dói.
E o meu irmão morre.

 É hora de noa na Terra,
É hora da fome e da morte,
É hora do ódio e da guerra,
É hora de noa, quando sofre o meu povo,
Quando cresce a dor e o engano,
Quando falta o amor".



"Toda a nossa glória está na Cruz
de Nosso Senhor, Jesus Cristo.
O Senhor tenha compaixão de nós
e nos abençoe."

 Autor: C. Erdozain

28 março 2024

5ª Feira Santa

 Os cristãos são chamados, após o retiro quaresmal, a uma maior vivência do Mistério da Fé, no Tríduo Pascal: Ceia do Senhor, Paixão, Morte e Ressurreição.



« Na última Ceia, Jesus instituiu a Eucaristia e entregou-a à sua Igreja, para que, na Eucaristia, a Igreja encontrasse, até ao fim dos tempos, quando Ele vier, o memorial da sua Páscoa, isto é, da sua passagem deste mundo para o Pai, pela Morte à Ressurreição. Esta leitura é a mais antiga narração chegada até nós da instituição da Eucaristia pelo Senhor, e da sua celebração pela Igreja, neste caso, 
na Igreja de Corinto.»

“1 Cor 11, 23-26
Irmãos: Eu recebi do Senhor o que também vos transmiti: o Senhor Jesus, na noite em que ia ser entregue, tomou o pão e, dando graças, partiu-o e disse: «Isto é o meu Corpo, entregue por vós. Fazei isto em memória de Mim». Do mesmo modo, no fim da ceia, tomou o cálice e disse: «Este cálice é a nova aliança no meu Sangue. Todas as vezes que o beberdes, fazei-o em memória de Mim». Na verdade, todas as vezes que comerdes deste pão e beberdes deste cálice, anunciareis a morte do 
Senhor, até que Ele venha.”


«Nesta celebração encontramos também o rito do “lava-pés”. Jesus ao lavar os pés aos discípulos, revela o verdadeiro sentido da sua missão, que é o de Ele ser o Servo, servindo até dar a vida, em obediência ao Pai, para salvação dos homens. Foi assim que Ele amou até ao fim, e nos ensinou a fazermos o mesmo uns aos outros, como Ele fez aos seus discípulos. O lava-pés dá-nos o sentido profundo da Morte de Jesus: um serviço de amor em favor dos seus. E este sentido continua a ser-nos ainda recordado sempre que celebramos a Eucaristia.»


Fontes: Bíblia Sagrada,
Liturgia diária, Net.

27 março 2024

Rezar na Quaresma

 Mateus 26, 14-25

É em tua casa que Eu quero celebrar
a Páscoa com os meus discípulos.

Os dias de Jesus estão a terminar.
Mas Jesus quer passar os seus últimos
momentos na companhia dos seus.
À mesa.
Em intimidade.
Fazendo memória das maravilhas de Deus,
na Páscoa de antigamente.
Abrindo a um futuro que nenhum dos convidados
poderia imaginar.


Jesus,
ajuda-me a acolher o dom da Tua presença
e a saborear a tua amizade.
Faz-me recordar sempre que quiseste
ficar comigo e com a tua Igreja.

In Rezar na Quaresma



24 março 2024

Domingo de Ramos na Paixão do Senhor (Ano B)

  A minha partilha do Domingo de Ramos na Paixão do Senhor:

 A liturgia deste último domingo da Quaresma convida-nos a contemplar esse Deus que, por amor, desceu ao nosso encontro, partilhou a nossa humanidade, fez-Se servo dos homens, deixou-Se matar para que o egoísmo e o pecado fossem vencidos. A cruz (que a liturgia deste domingo coloca no horizonte próximo de Jesus) apresenta-nos a lição suprema, o último passo desse caminho de vida nova que, em Jesus, Deus nos propõe: a doação da vida por amor.

O Evangelho convida-nos a contemplar a paixão e morte de Jesus: é o momento supremo de uma vida feita dom e serviço, a fim de libertar os homens de tudo aquilo que gera egoísmo e escravidão. Na cruz, revela-se o amor de Deus – esse amor que não guarda nada para si, mas que se faz dom total.

Referências Bíblicas:
Isaías 50,4-7
Salmo 21 (22)
Filipenses 2,6-11
Marcos 14,1-15,47

Salmo 21 (22)

Refrão: Meu Deus, meu Deus, porque me abandonastes?

Todos os que me veem escarnecem de mim,
estendem os lábios e meneiam a cabeça:
«Confiou no Senhor, Ele que o livre,
Ele que o salve, se é seu amigo».

Matilhas de cães me rodearam,
cercou-me um bando de malfeitores.
Trespassaram as minhas mãos e os meus pés,
posso contar todos os meus ossos.

Repartiram entre si as minhas vestes
e deitaram sortes sobre a minha túnica.
Mas Vós, Senhor, não Vos afasteis de mim,
sois a minha força, apressai-Vos a socorrer-me.

Hei-de falar do vosso nome aos meus irmãos,
hei-de louvar-Vos no meio da assembleia.
Vós, que temeis o Senhor, louvai-O,
glorificai-O, vós todos os filhos de Jacob,
reverenciai-O, vós todos os filhos de Israel.

Evangelho de S. Marcos 14, 1 – 15,47

N   Faltavam dois dias para a festa da Páscoa e dos Ázimos
e os príncipes dos sacerdotes e os escribas
procuravam maneira de se apoderarem de Jesus à traição
para Lhe darem a morte.
Mas diziam:
R    «Durante a festa, não,
para que não haja algum tumulto entre o povo».
N   Jesus encontrava-Se em Betânia,
em casa de Simão o Leproso,
e, estando à mesa,
veio uma mulher que trazia um vaso de alabastro
com perfume de nardo puro de alto preço.
Partiu o vaso de alabastro
e derramou-o sobre a cabeça de Jesus.
Alguns indignaram-se e diziam entre si:
R    «Para que foi esse desperdício de perfume?
Podia vender-se por mais de duzentos denários
e dar o dinheiro aos pobres».
N   E censuravam a mulher com aspereza.
Mas Jesus disse:
J     «Deixai-a. Porque estais a importuná-la?
Ela fez uma boa ação para comigo.
Na verdade, sempre tereis os pobres convosco
e, quando quiserdes, podereis fazer-lhes bem;
Mas a Mim, nem sempre Me tereis.
Ela fez o que estava ao seu alcance:
ungiu de antemão o meu corpo para a sepultura.
Em verdade vos digo:
Onde quer que se proclamar o Evangelho, pelo mundo inteiro,
dir-se-á também em sua memória, o que ela fez».
N   Então, Judas Iscariotes, um dos Doze,
foi ter com os príncipes dos sacerdotes
para lhes entregar Jesus.
Quando o ouviram, alegraram-se
e prometeram dar-lhe dinheiro.
E ele procurava uma oportunidade para entregar Jesus.
No primeiro dia dos Ázimos,
em que se imolava o cordeiro pascal,
os discípulos perguntaram a Jesus:
R    «Onde queres que façamos os preparativos
para comer a Páscoa?»
N   Jesus enviou dois discípulos e disse-lhes:
J     «Ide à cidade.
Virá ao vosso encontro um homem com uma bilha de água.
Segui-o e, onde ele entrar, dizei ao dono da casa:
‘O Mestre pergunta: Onde está a sala,
em que hei de comer a Páscoa com os meus discípulos?’
Ele vos mostrará uma grande sala no andar superior,
alcatifada e pronta.
Preparai-nos lá o que é preciso».
N   Os discípulos partiram e foram à cidade.
Encontraram tudo como Jesus lhes tinha dito
e prepararam a Páscoa.
Ao cair da tarde, chegou Jesus com os Doze.
Enquanto estavam à mesa e comiam,
Jesus disse:
J     «Em verdade vos digo:
Um de vós, que está comigo à mesa, há de entregar-Me».
N   Eles começaram a entristecer-se e a dizer um após outro:
R    «Serei eu?»
N   Jesus respondeu-lhes:
J     «É um dos Doze, que mete comigo a mão no prato.
O Filho do homem vai partir,
como está escrito a seu respeito,
mas ai daquele por quem o Filho do homem vai ser traído!
Teria sido melhor para esse homem não ter nascido».
N   Enquanto comiam, Jesus tomou o pão,
recitou a bênção e partiu-o,
deu-o aos discípulos e disse:
J     «Tomai: isto é o meu Corpo».
N   Depois tomou um cálice, deu graças e entregou-lho.
E todos beberam dele.
Disse Jesus:
J     «Este é o meu Sangue, o Sangue da nova aliança,
derramado pela multidão dos homens.
Em verdade vos digo:
Não voltarei a beber do fruto da videira,
até ao dia em que beberei do vinho novo no reino de Deus».
N   Cantaram os salmos e saíram para o Monte das Oliveiras.
Disse-lhes Jesus:
J     «Todos vós Me abandonareis, como está escrito:
‘Ferirei o pastor e dispersar-se-ão as ovelhas’.
Mas depois de ressuscitar,
Irei à vossa frente para a Galileia».
N   Disse-Lhe Pedro:
R    «Embora todos te abandonem, eu não».
N   Jesus respondeu-lhe:
J     «Em verdade te digo:
Hoje, esta mesma noite, antes do galo cantar duas vezes,
três vezes Me negarás».
N   Mas Pedro continuava a insistir:
R    «Ainda que tenha de morrer contigo, não Te negarei».
N   E todos afirmaram o mesmo.
Entretanto, chegaram a uma propriedade chamada Getsémani
e Jesus disse aos seus discípulos:
J     «Ficai aqui, enquanto Eu vou orar».
N   Tomou consigo Pedro, Tiago e João
e começou a sentir pavor e angústia.
Disse-lhes então:
J     «A minha alma está numa tristeza de morte.
Ficai aqui e vigiai».
N   Adiantando-Se um pouco, caiu por terra
e orou para que, se fosse possível,
se afastasse d’Ele aquela hora.
Jesus dizia:
J     «Abba, Pai, tudo Te é possível:
afasta de Mim este cálice.
Contudo, não se faça o que Eu quero,
mas o que Tu queres».
N   Depois, foi ter com os discípulos, encontrando-os dormindo
e disse a Pedro:
J     «Simão, estás a dormir? Não pudeste vigiar uma hora?
Vigiai e orai, para não entrardes em tentação.
O espírito está pronto, mas a carne é fraca».
N   Afastou-Se de novo e orou, dizendo as mesmas palavras.
Voltou novamente e encontrou-os dormindo,
porque tinham os olhos pesados
e não sabiam que responder.
Jesus voltou pela terceira vez e disse-lhes:
J     «Dormi agora e descansai…
Chegou a hora:
o Filho do homem vai ser entregue às mãos dos pecadores.
Levantai-vos. Vamos.
Já se aproxima aquele que Me vai entregar».
N   Ainda Jesus estava a falar,
quando apareceu Judas, um dos Doze,
e com ele uma grande multidão, com espadas e varapaus,
enviada pelos príncipes dos sacerdotes,
pelos escribas e os anciãos.
O traidor tinha-lhes dado este sinal:
«Aquele que eu beijar, é esse mesmo.
Prendei-O e levai-O bem seguro».
Logo que chegou, aproximou-se de Jesus e beijou-O, dizendo:
R    «Mestre».
N   Então deitaram-Lhe as mãos e prenderam-n’O.
Um dos presentes puxou da espada
e feriu o servo do sumo sacerdote, cortando-lhe a orelha.
Jesus tomou a palavra e disse-lhes:
J     «Vós saístes com espadas e varapaus para Me prender,
como se fosse um salteador.
Todos os dias Eu estava no meio de vós,
a ensinar no templo,
e não Me prendestes!
Mas é para se cumprirem as Escrituras».
N   Então os discípulos deixaram-n’O e fugiram todos.
Seguiu-O um jovem, envolto apenas num lençol.
Agarraram-no, mas ele, largando o lençol, fugiu nu.
N   Levaram então Jesus à presença do sumo sacerdote,
onde se reuniram todos os príncipes dos sacerdotes,
os anciãos e os escribas.
Pedro, que O seguira de longe,
até ao interior do palácio do sumo sacerdote,
estava sentado com os guardas, a aquecer-se ao lume.
Entretanto, os príncipes dos sacerdotes e todo o Sinédrio
procuravam um testemunho contra Jesus
para Lhe dar a morte,
mas não o encontravam.
Muitos testemunhavam falsamente contra Ele,
mas os seus depoimentos não eram concordes.
Levantaram-se então alguns,
para proferir contra Ele este falso testemunho:
R    «Ouvimo-l’O dizer:
‘Destruirei este templo feito pelos homens
e em três dias construirei outro
que não será feito pelos homens’».
N   Mas nem assim o depoimento deles era concorde.
Então o sumo sacerdote levantou-se no meio de todos
e perguntou a Jesus:
R    «Não respondes nada ao que eles depõem contra Ti?»
N   Mas Jesus continuava calado e nada respondeu.
O sumo sacerdote voltou a interrogá-l’O:
R    «És Tu o Messias, Filho do Deus Bendito?»
N   Jesus respondeu:
J     «Eu Sou. E vós vereis o Filho do homem
sentado à direita do Todo-poderoso
vir sobre as nuvens do céu».
N   O sumo sacerdote rasgou as vestes e disse:
R    «Que necessidade temos ainda de testemunhas?
Ouvistes a blasfémia. Que vos parece?»
N   Todos sentenciaram que Jesus era réu de morte.
Depois, alguns começaram a cuspir-Lhe,
a tapar-Lhe o rosto com um véu
e a dar-Lhe punhadas, dizendo:
R    «Adivinha».
N   E os guardas davam-Lhe bofetadas.
N   Pedro estava em baixo, no pátio,
quando chegou uma das criadas do sumo sacerdote.
Ao vê-lo a aquecer-se, olhou-o de frente e disse-lhe:
R    «Tu também estavas com Jesus, o Nazareno».
N   Mas ele negou:
R    «Não sei nem entendo o que dizes».
N   Depois saiu para o vestíbulo e o galo cantou.
A    criada, vendo-o de novo, começou a dizer aos presentes:
R    «Este é um deles».
N   Mas ele negou segunda vez.
Pouco depois, os presentes diziam também a Pedro:
R    «Na verdade, tu és deles, pois também és galileu».
N   Mas ele começou a dizer imprecações e a jurar:
R    «Não conheço esse homem de quem falais».
N   E logo o galo cantou pela segunda vez.
Então Pedro lembrou-se do que Jesus lhe tinha dito:
«Antes do galo cantar duas vezes,
três vezes Me negarás».
E desatou a chorar.
N   Logo de manhã,
os príncipes dos sacerdotes reuniram-se em conselho,
com os anciãos e os escribas e todo o Sinédrio.
Depois de terem manietado Jesus,
foram entregá-l’O a Pilatos.
Pilatos perguntou-Lhe:
R    «Tu és o Rei dos judeus?»
N   Jesus respondeu:
J     «É como dizes».
N   E os príncipes dos sacerdotes
faziam muitas acusações contra Ele.
Pilatos interrogou-O de novo:
R    «Não respondes nada? Vê de quantas coisas Te acusam».
N   Mas Jesus nada respondeu,
de modo que Pilatos estava admirado.
N   Pela festa da Páscoa,
Pilatos costumava soltar-lhes um preso à sua escolha.
Havia um, chamado Barrabás, preso com os insurretos,
que numa revolta tinham cometido um assassínio.
A multidão, subindo,
começou a pedir o que era costume conceder-lhes.
Pilatos respondeu:
R    «Quereis que vos solte o Rei dos judeus?»
N   Ele sabia que os príncipes dos sacerdotes
O tinham entregado por inveja.
Entretanto, os príncipes dos sacerdotes incitaram a multidão
a pedir que lhes soltasse antes Barrabás.
Pilatos, tomando de novo a palavra, perguntou-lhes:
R    «Então, que hei de fazer d’Aquele
que chamais o Rei dos judeus?»
N   Eles gritaram de novo:
R    «Crucifica-O!».
N   Pilatos insistiu:
R    «Que mal fez Ele?»
N   Mas eles gritaram ainda mais:
R    «Crucifica-O!».
N   Então Pilatos, querendo contentar a multidão,
soltou-lhes Barrabás
e, depois de ter mandado açoitar Jesus,
entregou-O para ser crucificado.
Os soldados levaram-n’O para dentro do palácio,
que era o pretório,
e convocaram toda a coorte.
Revestiram-n’O com um mando de púrpura
e puseram-Lhe na cabeça uma coroa de espinhos
que haviam tecido.
Depois começaram a saudá-l’O:
R    «Salvé, Rei dos judeus!»
N   Batiam-lhe na cabeça com uma cana, cuspiam-Lhe
e, dobrando os joelhos, prostravam-se diante d’Ele.
Depois de O terem escarnecido,
tiraram-Lhe o manto de púrpura
e vestiram-Lhe as suas roupas.
Em seguida levaram-n’O dali para O crucificarem.
N   Requisitaram, para Lhe levar a cruz,
um homem que passava, vindo do campo,
Simão de Cirene, pai de Alexandre e Rufo.
E levaram Jesus ao lugar do Gólgota,
quer dizer, lugar do Calvário.
Queriam dar-Lhe vinho misturado com mirra,
mas Ele não o quis beber.
Depois crucificaram-n’O.
E repartiram entre si as suas vestes,
tirando-as à sorte, para verem o que levaria cada um.
Eram nove horas da manhã quando O crucificaram.
O letreiro que indicava a causa da condenação tinha escrito:
«Rei dos Judeus».
Crucificaram com Ele dois salteadores,
um à direita e outro à esquerda.
Os que passavam insultavam-n’O
e abanavam a cabeça, dizendo:
R    «Tu que destruías o templo e o reedificavas em três dias,
salva-Te a Ti mesmo e desce da cruz».
N   Os príncipes dos sacerdotes e os escribas
troçavam uns com os outros, dizendo:
R    «Salvou os outros e não pode salvar-se a Si mesmo!
Esse Messias, o Rei de Israel, desça agora da cruz,
para nós vermos e acreditarmos».
N   Até os que estavam crucificados com ele o injuriavam.
Quando chegou o meio-dia,
as trevas envolveram toda a terra até às três horas da tarde.
E às três horas da tarde, Jesus clamou com voz forte:
J     «Eloí, Eloí, lamá sabachtháni?»
N   que quer dizer:
«Meu Deus, meu Deus, porque Me abandonastes?»
N   Alguns dos presentes, ouvindo isto, disseram:
R    «Está a chamar por Elias».
N   Alguém correu a embeber uma esponja em vinagre
e, pondo-a na ponta duma cana, deu-Lhe a beber e disse:
R    «Deixa ver se Elias vem tirá-l’O dali».
N   Então Jesus, soltando um grande brado, expirou.
N   O véu do templo rasgou-se em duas partes de alto a baixo.
O centurião que estava em frente de Jesus,
ao vê-l’O expirar daquela maneira, exclamou:
R    «Na verdade, este homem era Filho de Deus».
N   Estavam também ali umas mulheres a observar de longe,
entre elas Maria Madalena,
Maria, mãe de Tiago e de José, e Salomé,
que acompanhavam e serviam Jesus,
quando estava na Galileia,
e muitas outras que tinham subido com ele a Jerusalém.
Ao cair da tarde
– visto ser a Preparação, isto é, a véspera do sábado –
José de Arimateia, ilustre membro do Sinédrio,
que também esperava o reino de Deus,
foi corajosamente à presença de Pilatos
e pediu-lhe o corpo de Jesus.
Pilatos ficou admirado de Ele já estar morto
e, mandando chamar o centurião,
ordenou que o corpo fosse entregue e José.
José comprou um lençol,
desceu o corpo de Jesus e envolveu-O no lençol;
depois depositou-O num sepulcro escavado na rocha
e rolou uma pedra para a entrada do sepulcro.
Entretanto, Maria Madalena e Maria, mãe de José,
observavam onde Jesus tinha sido depositado.

 ((O projeto libertador de Jesus entrou em choque – como era inevitável – com a atmosfera de egoísmo, de má vontade, de opressão que dominava o mundo. As autoridades políticas e religiosas sentiram-se incomodadas com a denúncia de Jesus: não estavam dispostas a renunciar a esses mecanismos que lhes asseguravam poder, influência, domínio, privilégios; não estavam dispostas a arriscar, a desinstalar-se e a aceitar a conversão proposta por Jesus. Por isso, prenderam Jesus, julgaram-n’O, condenaram-n’O e pregaram-n’O numa cruz).

Para a semana que segue

Que esta semana seja “santa”… fixar alguns momentos precisos. É prudente, na vida trepidante que levamos, reservar na nossa agenda alguns encontros precisos que desejamos ter com o Senhor: em cada dia, viver com Ele um momento de oração, de meditação, de adoração; fixar as celebrações nas quais poderemos participar; prever serviços a prestar, as visitas, etc. Que a semana seja “santa” nos momentos quotidianos de encontro com Jesus Cristo!

Desejo-vos um santo Domingo de Ramos e uma 
Semana Santa muito abençoada.
Emília Simões

Fontes: Portal dos Sacerdotes Dehonianos
Imagens Google

20 março 2024

Rezar na Quaresma

João 8, 31-42
 
Se permanecerdes na minha palavra,
sereis verdadeiramente meus discípulos...

É estranho.
Apesar de levarmos a fé a sério, há zonas dentro
de cada um de nós que ainda não se converteram.
Esta parte final da Quaresma é boa ocasião
para colaborar com a Palavra,
deixar-me moldar,
e ser cada vez mais transparência da imagem de Jesus.


Pela tua Palavra, Deus de amor,
o mundo surgiu do nada.
Respondendo à tua Palavra,
Abraão confiou em Ti e partiu à aventura.
A tua Palavra respondeu aos gritos
do teu povo oprimido
e Tu fizeste acontecer libertação.
Pela força da Tua Palavra
Maria acolheu Jesus no seu seio.
Acredito que a tua Palavra, Deus da Vida,
é capaz de fazer maravilhas
também hoje, em mim.

In Rezar na Quaresma

17 março 2024

5º Domingo da Quaresma (Ano B)

 A minha partilha do 5º Domingo da Quaresma:

Na liturgia do 5.º Domingo da Quaresma ecoa, com insistência, a preocupação de Deus em nos mostrar o caminho que conduz à Vida nova. Foi para isso que Deus nos enviou o seu Filho Jesus. Cumprindo a vontade do Pai, Jesus desenhou-nos e ofereceu-nos o mapa desse caminho.

Evangelho convida-nos a olhar para Jesus, a conhecer as suas propostas, a aprender com Ele, a identificarmo-nos com Ele, a segui-l’O no caminho do amor e da entrega da vida. O caminho da Cruz parece, aos olhos do mundo, um caminho de fracasso e de morte; mas é desse caminho de amor e de doação que brota a Vida verdadeira.

Referências Bíblicas
Jeremias 31, 31-34
Salmo 50 (51)
Hebreus 5, 7-9
Evangelho João 12, 20-33


Salmo 50 (51)

Refrão: Dai-me, Senhor, um coração puro.

Compadecei-Vos de mim, ó Deus, pela vossa bondade,
pela vossa grande misericórdia, apagai os meus pecados.
Lavai-me de toda a iniquidade
e purificai-me de todas as faltas.

Criai em mim, ó Deus, um coração puro
e fazei nascer dentro de mim um espírito firme.
Não queirais repelir-me da vossa presença
e não retireis de mim o vosso espírito de santidade.

Dai-me de novo a alegria da vossa salvação
e sustentai-me com espírito generoso.
Ensinarei aos pecadores os vossos caminhos
e os transviados hão-de voltar para Vós.


Evangelho de São João 12, 20-33

Refrão: Louvor a Vós, Jesus Cristo, Rei da eterna glória.

 Naquele tempo,
alguns gregos que tinha vindo a Jerusalém
para adorar nos dias da festa,
foram ter com Filipe, de Betsaida da Galileia,
e fizeram-lhe este pedido:
«Senhor, nós queríamos ver Jesus».
Filipe foi dizê-lo a André;
e então André e Filipe foram dizê-lo a Jesus.
Jesus respondeu-lhes:
«Chegou a hora em que o Filho do homem vai ser glorificado.
Em verdade, em verdade vos digo:
Se o grão de trigo, lançado à terra, não morrer, fica só;
mas se morrer, dará muito fruto.
Quem ama a sua vida, perdê-la-á,
e quem despreza a sua vida neste mundo
conservá-la-á para a vida eterna.
Se alguém Me quiser servir, que Me siga,
e onde Eu estiver, ali estará também o meu servo.
E se alguém Me servir, meu Pai o honrará.
Agora a minha alma está perturbada.
E que hei de dizer? Pai, salva-Me desta hora?
Mas por causa disto é que Eu cheguei a esta hora.
Pai, glorifica o teu nome».
Veio então uma voz do céu que dizia:
«Já O glorifiquei e tornarei a glorificá-l’O».
A multidão que estava presente e ouvira
dizia ter sido um trovão.
Outros afirmavam: «Foi um Anjo que Lhe falou».
Disse Jesus:
«Não foi por minha causa que esta voz se fez ouvir;
foi por vossa causa.
Chegou a hora em que este mundo vai ser julgado.
Chegou a hora em que vai ser expulso o príncipe deste mundo.
E quando Eu for elevado da terra,
atrairei todos a Mim».
Falava deste modo,
para indicar de que morte ia morrer.

(A morte de Jesus na cruz constitui uma excelente chave de leitura para entender a sua vida e o seu projeto. Desde o momento da sua incarnação, Jesus pôs a sua vida ao serviço do plano salvador do Pai. Recusou qualquer projeto pessoal de triunfo e de glória humana, para abraçar o plano de Deus para o mundo e para os homens. Andou por todo o lado – desde a Galileia até Jerusalém – a propor o Reino de Deus; sem se resguardar, enfrentou o sistema opressor que mantinha os homens escravos; denunciou, em nome de Deus, as leis e os comportamentos que eram geradores de sofrimento e morte. )


Para a semana que segue

Redescobrir a “caridade”… A palavra “caridade”, por vezes, parece não ter muito sentido hoje, devido a deformações e incompreensões da própria palavra. A encíclica de Bento XVI “Deus é caridade” ajuda-nos a recuperar o seu sentido genuíno. É preciso redescobrir o verdadeiro sentido evangélico e amar os nossos irmãos: pela escuta, pelo serviço, pela partilha, pela atenção aos mais pobres! Ao longo desta semana, procuremos gestos concretos para praticar a caridade!

Desejo-vos um bom domingo
e continuação de santa Quaresma.
Emília Simões

 Fontes: Portal dos Sacerdotes Dehonianos
Imagens Google


09 março 2024

04º Domingo da Quaresma (Ano B)

 A minha partilha deste fim de semana:

A liturgia do 4.º Domingo da Quaresma coloca-nos diante do projeto salvador de Deus para o mundo e para os homens: é uma iniciativa de Deus que, independentemente dos nossos méritos, nos oferece a Vida eterna. Cada um de nós tem de decidir como acolhe essa oferta e que resposta lhe dá. A nossa resposta deve ser levada na alegria, marca essencial do Evangelho e deste Domingo da Quaresma, chamado o “Domingo da Alegria”.

No Evangelho, João apresenta, em palavras do próprio Jesus, o projeto de salvação de Deus: por puro amor, Deus enviou ao nosso encontro o seu Filho Unigénito, que veio oferecer-nos a salvação. Quem “acreditar” em Jesus e aprender com Ele a lição do amor até ao extremo, nascerá para uma Vida nova, para a Vida plena e definitiva.

Referências Bíblicas
2 Crónicas 36,14-16.19-23
Salmo 136 (137)
Efésios 2, 4-10
Evangelho de São João 3, 14-21

Salmo 13 6 (137)

Refrão:  Se eu me não lembrar de ti, Jerusalém,
fique presa a minha língua.

Sobre os rios de Babilónia nos sentámos a chorar,
com saudades de Sião.
Nos salgueiros das suas margens,
dependurámos nossas harpas.

Aqueles que nos levaram cativos
queriam ouvir os nossos cânticos
e os nossos opressores uma canção de alegria:
«Cantai-nos um cântico de Sião».

Como poderíamos nós cantar um cântico do Senhor
em terra estrangeira?
Se eu me esquecer de ti, Jerusalém,
esquecida fique a minha mão direita.

Apegue-se-me a língua ao paladar,
se não me lembrar de ti,
se não fizer de Jerusalém
a maior das minhas alegrias.

Evangelho de São João 3, 14-21

Refrão: Louvor a Vós, Jesus Cristo, Rei da eterna glória.

Naquele tempo,
disse Jesus a Nicodemos:
«Assim como Moisés elevou a serpente no deserto,
também o Filho do homem será elevado,
para que todo aquele que acredita
tenha n’Ele a vida eterna.
Deus amou tanto o mundo que entregou o seu Filho Unigénito,
para que todo o homem que acredita n’Ele
não pereça, mas tenha a vida eterna.
Porque Deus não enviou o Filho ao mundo
para condenar o mundo,
mas para que o mundo seja salvo por Ele.
Quem acredita n’Ele não é condenado,
mas quem não acredita já está condenado,
porque não acreditou no nome do Filho Unigénito de Deus.
E a causa da condenação é esta:
a luz veio ao mundo
e os homens amaram mais as trevas do que a luz,
porque eram más as suas obras.
Todo aquele que pratica más ações
odeia a luz e não se aproxima dela,
para que as suas obras não sejam denunciadas.
Mas quem pratica a verdade aproxima-se da luz,
para que as suas obras sejam manifestas,
pois são feitas em Deus.
(A missão de Jesus consiste em mostrar aos homens o amor de Deus e em ensinar os homens a viver no amor. Ora será na cruz que Ele mostrará, de forma superlativa, tudo isso. Por isso, Jesus diz a Nicodemos que o Messias tem de “ser levantado ao alto”, como “Moisés levantou a serpente” no deserto. A referência evoca o episódio da caminhada pelo deserto quando os hebreus, mordidos pelas serpentes, olhavam uma serpente de bronze levantada num estandarte por Moisés e se curavam (cf. Nm 21,8-9). Essa serpente de bronze, levantada ao alto, oferecia a vida, a salvação. Do mesmo modo, Jesus tem de ser levantado na cruz para ser fonte de vida e de salvação para aqueles que o contemplarem. É na cruz que Jesus manifesta o seu amor até ao extremo e que indica aos homens o caminho que eles devem percorrer para alcançar a salvação, a Vida definitiva (vers. 14).)

Para a semana que segue:
Somos dignos da missão, da confiança que Jesus põe em nós? Isso não é assim tão difícil, na realidade. Basta, muitas vezes, a atenção a pequenas coisas. Comportar-se à maneira de Jesus junto de cada um destes pequenos que são os seus irmãos: por uma palavra de acolhimento, um serviço prestado, um pouco de entreajuda, um gesto de partilha, um momento de escuta… Empreender também, ao nível de responsabilidade que é a nossa, atitudes para mudar o que pode ser mudado, para que haja menos injustiça e exclusão. Preparar a Páscoa com os mais esquecidos…

Prece
Deus generoso.
Tu amaste este mundo ao ponto de nos enviares
o teu Filho, Jesus.
Ele veio para viver e morrer entre nós
e todos encontrarmos a vida eterna que nos ofereceu.
Perdoa por guardarmos a tua vida abundante
só para nós,
por enterrarmos os teus dons,
por preferirmos o nosso bem-estar
à compaixão e à justiça.
Ensina-nos o que é vivermos como filhos da luz,
partilhando com generosidade
os dons que abundantemente nos deste
com os nossos irmãos necessitados.
In Rezar na Quaresma

Desejo-vos um bom domingo
e continuação de santa Quaresma.
Emília Simões

Fontes: Portal dos Sacerdotes Dehonianos
Imagens Google

06 março 2024

Rezar na Quaresma

Mateus 18,21-35
Não devias, também tu, compadecer-te
do teu companheiro, como eu tive
compaixão de ti?

Há um paralelo entre a tua relação com os outros
e a tua relação com Deus.
As barreiras para que Deus nos ame
são postas por nós,
quando recusamos amar o irmão.
O muro que se ergue entre nós e Deus
surge do muro que levantamos ao excluir o outro
do nosso amor.

Quando o nosso coração decai
e se torna deserto pedregoso e amargo,
Tu o transformas num oásis de alegria.
E no teu abraço libertador
aprende como é possível o benéfico
perdoar aos outros.

In Rezar na Quaresma